quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Morre Nilton Santos, a ‘Enciclopédia do futebol’


Morreu na tarde desta quarta-feira o ex-jogador do Botafogo e da seleção brasileira Nilton Santos. Campeão do mundo com 1958 e 1962, ele estava internado desde sábado com insuficiência respiratória e taquicardia na Fundação Bela Lopes, em Botafogo.

O velório será realizado nesta quarta, às 22h, no salão nobre do Botafogo, em General Severiano. Apelidado de “Enciclopédia do futebol”, o ex-jogador tinha 88 anos. Sofria de mal de Alzheimer há cinco e viva em uma clínica. Ele era casado com Célia, que luta contra um câncer no cérebro.

Nilton foi eleito em 2000, pela Fifa, como o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos. Ele participou de quatro edições da Copa do Mundo: 1950 (como reserva), 1954, 1958 e 1962. Em clubes, dedicou toda a sua vida ao Botafogo.
O Alvinegro divulgou, através de seu site, uma nota oficial em que comunica o falecimento do ídolo e presta uma homenagem em sua memória. Confira na íntegra:
O Botafogo de Futebol e Regatas lamenta o falecimento do eterno ídolo Nilton Santos, o maior lateral-esquerdo de todos os tempos. Aos 88 anos, Nilton Santos, sofria com o Mal de Alzheimer. Em breve, informações sobre velório e enterro.

Tão adorado quanto Garrincha. Tão respeitado quanto Pelé. Com sua habilidade e categoria, Nilton Santos ultrapassou o conceito de maior lateral-esquerdo da história do futebol mundial. Ao ser chamado de "A Enciclopédia do Futebol", teve de forma definitiva o merecido reconhecimento de sua incrível capacidade de encantar o torcedor. Em toda sua carreira jogou apenas no Botafogo e, além do Glorioso, a única camisa que usou foi a da Seleção Brasileira. No Botafogo, disputou 723 partidas, e marcando 11 gols. Na Seleção, fez 84 jogos, marcando 3 gols.

Segurança na marcação era uma de suas virtudes. Com sua dinâmica de jogo, tornou-se o precursor dos laterais que buscavam o ataque, tendo marcado um gol na Copa de 1958, contra a Áustria, fato raro na época em que lateral era apenas marcador de ponta. Se taticamente tinha sua importância para o esquema do Botafogo e da Seleção, foi fora de campo que marcou um de seus mais belos gols: quando, após enfrentar Mané Garrincha num treino, Nilton praticamente forçou o Botafogo a contratar o então desconhecido ponta-direita.

Outra jogada de gênio sempre lembrada aconteceu contra a Espanha, na Copa de 1962, no Chile. Nilton derrubou o atacante espanhol muito perto da linha lateral da grande área, cometendo pênalti. Quando o juiz se aproximava, ele deu um passo à frente, saindo mansamente da grande área, sem estardalhaço. Para sorte do Brasil, enganado, o árbitro não percebeu e acabou marcando falta fora da área.

No alvinegro, Nilton Santos foi campeão carioca quatro vezes (1948, 1957, 1961 e 1962) e conquistou dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi bicampeão mundial pela Seleção Brasileira, em 1958 e 1962, e esteve também nas Copas de 50 e 54. Nunca perdeu uma decisão e, assim como Garrincha, foi eleito, em pesquisa feita pela Fifa em 1998, para a seleção de todos os tempos. Após encerrar a carreira, Nilton chegou a fazer parte da cúpula do futebol do Botafogo, mas sua carreira como dirigente deixou de existir quando mandou, com um direto, o então árbitro Armando Marques escada abaixo no Maracanã.

Nilton dos Santos nasceu no dia 16 de maio de 1925, na Ilha do Governador.
"Quanta majestade no trato de uma bola! O moço jamais fez um truque com a bola. Só fazia arte. Nilton não era um jogador de futebol, era uma exclamação. Tu em campo parecia tantos /E, no entanto - que encanto - eras um só: Nilton Santos"(Armando Nogueira).

fonte folha de italva

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