quarta-feira, 29 de abril de 2015

Moradores de Italva contam 'Qual o maior problema do seu município?'


Reportagem do Terceira Via esteve na cidade e ouviu as opiniões de moradores de diversas idades



















Com uma população acolhedora de cerca de 15 mil pessoas, segundo o IBGE, e prestes a comemorar 29 anos de emancipação, Italva foi a terceira escolhida da série “Qual o maior problema do seu município?”. Uma equipe de reportagem do Terceira Via visitou a cidade e fez a mesma pergunta para dez moradores de várias idades, que reclamaram da aparente situação de abandono.

A pequena cidade do Noroeste Fluminense, que um dia pertenceu a Campos, tem uma área territorial de 293,818 Km² e seu primeiro nome foi Santo Antônio das Cachoeiras. O local, que já foi um das principais fabricantes de cimento do Brasil, atualmente é grande produtor de leite e também produz calcário e frutas.

Com o objetivo de conhecer mais e saber o que pode ser melhorado em Italva, a equipe de reportagem perguntou aos moradores sobre os problemas no local. Veja abaixo as respostas:

“Precisamos de uma ponte na localidade de Santa Helena. Eles colocam umas manilhas e aterram pra gente passar, mas alaga tudo quando tem enchente e ninguém consegue sair da localidade. É uma obra que não deve gastar tanto, mas falam que a prefeitura está sem dinheiro. Acho que a situação da cidade piorou 100% nos últimos anos”.
Fred Rodrigues, 57 anos, lavrador.

“Parece que a cidade parou e a cada dia temos a impressão que as coisas só pioram. Trabalhei no hospital daqui há doze anos. Hoje, o hospital parou e a gente percebe que aqui não tem melhorias. Ficamos tristes porque é um lugar bom de viver. A gente vem passear aqui e não sente prazer, porque a cidade está abandonada”.
Ana Anália, 52 anos, desempregada.


“A educação e a saúde estão deixando a desejar. A gente vai à secretaria para marcar um exame e tem que agendar. É uma demora tremenda. Quando precisamos de atendimento médico é muito difícil. Às vezes a gente consegue, mas é sorte. Pelo SUS demora de três a quatro meses para fazer um exame”.
Joelma Cordeiro, 39 anos, manicure.


“Aqui o pessoal é calmo e não se manifesta em nada, por isso as coisas estão como estão. Temos problemas aqui com as árvores, porque a prefeitura planta a árvore na rua, mas não faz a manutenção. Na minha rua tinha uma árvore que estava tapando o poste e aí falamos com eles e falaram que a gente que tinha que pagar alguém para cortar”.
Rita de Cássia Pereira, 63 anos, dona de casa.


“Tem muita falta de policiamento por aqui. Eu moro aqui em uma rua do Centro e de noite vejo muita coisa errada. Às vezes as pessoas chamam a polícia e eles demoram muito para chegar. Eu passava sempre pelo Centro quando estudava de noite e tinha muito medo”.
Rosilane de Souza Marques, 32 anos, estudante.

“Temos poucas opções de cursos técnicos aqui e não temos faculdade. Quando eu for fazer, eu vou ter que ir pra Campos. Minhas primas e amigas mais velhas precisaram fazer assim pra conseguir estudar. A gente tem que ir e voltar todo dia de ônibus”.
Graziele Ribeiro dos Santos, 16 anos, estudante.


“Aqui precisa de tudo e mais um pouco. Está tudo parado na nossa cidade. Não temos nenhuma opção de diversão, nem shows nem nada. Se a gente quiser sair e se divertir, é só ir à praça para ver os amigos, porque não tem nada aqui”.
André Manhães, 31 anos, comerciante.


“Moro no bairro São Pedro e lá não nenhuma opção de lazer, assim como no restante da cidade. Tenho uma filha pequena e não tem parquinho pra ela lá. Nossas únicas opções para sair aqui são as igrejas.
Maressa Garcia Rodrigues, 25 anos, dona de casa.


“Eu tive que sair daqui para ir para Itaperuna para trabalhar. Vou todos os dias de moto e chego lá em 30 minutos. Lá na fábrica onde trabalho tem muita gente daqui. O pessoal não arruma emprego em Italva e precisa ir pra lá. Seria mil vezes melhor trabalhar aqui na cidade pra eu ficar mais perto da minha família”.
Ladson Sotério Vaz, 25 anos, auxiliar de costureiro.

“Eu sempre morei aqui, mas há uns anos fui para Macaé trabalhar e moro lá. Quando eu venho aqui visitar minha família, percebo que a cidade não evoluiu. As coisas estão meio atrasadas ainda. Se asfaltassem mais as ruas, as coisas poderiam melhorar. Você pode ver que até as ruas do Centro são feitas de calçamento e não de asfalto”.
José da Silva Florido, 48 anos, inspetor dimensional. 

Priscilla Alves

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