sexta-feira, 19 de junho de 2015

PF prende os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez


Da esquerda para direita, os presidentes da Andrade Gutierrez, Otavio Azevedo, e Marcelo Odebrecht – Arquivo/Montagem/O Globo
O cerco começa a se fechar até para os “peixes” grandes.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira os presidentes da Odebrecht – maior empreiteira do país -, Marcelo Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, na 14ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de “Erga Omnes”. No total, estão sendo cumpridos 59 mandados judiciais – 38 mandados de busca e apreensão, 9 mandados de condução coercitiva, 8 mandados de prisão preventiva e 4 mandados de prisão temporária em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Cerca de 220 policiais federais participam da ação. Entre os presos estão também os executivos Márcio Farias e Rogério Araújo, da Odebrecht, e Paulo Dalmaso e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez. Todos eles serão levados à Superintendência da PF, em Curitiba. O nome que deu origem à operação da PF é um termo jurídico em latim que significa que uma norma ou decisão terá efeito vinculante, ou seja, valerá para todos. Por exemplo, a coisa julgada erga omnes vale contra todos, e não só para as partes em litígio.
Os investigadores pediram a prisão dos executivos da Odebrecht com base em indícios de que a empresa pagou propina ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, entre outros, no exterior. Em depoimentos da delação premiada, Paulo Roberto disse ter recebido mais de US$ 23 milhões da Odebrecht na Suíça. O suborno teria sido pago por intermediários. Procuradores e delegados suspeitam também que executivos da empreiteira estariam tentando destruir provas e se desvincular de empresas que teriam sido usadas para movimentar o dinheiro da propina.
Durante a coletiva na sede da PF, em Curitiba, a força-tarefa justificou a prisão dos executivos. “Os presidentes das empresas sabiam de tudo. Apareceram indícios concretos comprovando que eles tiveram contato ou participações diretas em atos que levaram a formação de cartel”,  disse o procurador Carlos Fernando Lima.
A Odebrecht, maior empreiteira do País, afirmou à Polícia Federal, em petição entregue no último dia 28 de maio à Polícia Federal em Curitiba, que “não participa de esquemas ilícitos, menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores públicos ou executivos de empresas estatais”. Na petição, a empresa negou com veemência suspeitas sobre contratos com a Petrobras.
Em nota, a Andrade Gutierrez confirmou que presta apoio a seus executivos. “A Andrade Gutierrez informa que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava-Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos neste momento. A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava-Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes”.
Fonte: O Globo

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